O Núcleo de Pesquisa e Documentação da Universidade Federal do Rio de Janeiro recebeu no
dia 17 de abril a doação do acervo do arquiteto Raphael Matheus Peres feita por sua família
representada pela sua filha Raphaela S. Matheus Peres. O arquiteto se formou na Faculdade
Nacional de Arquitetura (FAU/UFRJ) em 1955 e, entre suas obras encontram-se o Teatro Villa
Lobos, a construção da sala Guiomar Novaes (anexo da sala Cecília Meireles) e as reformas do
Theatro Municipal do Rio de Janeiro, do Teatro João Caetano e da sala Cecília Meireles na década
de 1970.
A doação resultou da pesquisa do arquiteto Delano Delfino, discente do programa de mestrado
do PGPP/UFRJ, na qual propõe a revitalização do teatro Villa Lobos em Copacabana, projeto
idealizado pelo arquiteto na década de 1970.
O teatro Villa Lobos foi o primeiro construído pelo governo do estado do Rio de Janeiro após a
fusão com o estado da Guanabara. A construção foi um marco na redemocratização do país após
a ditadura militar.
O teatro tem linguagem brutalista e, durante o tempo de funcionamento, as atividades eram
realizadas em três salas de espetáculo: espaço 1, sala principal com tipologia italiana, recebia
grandes produções com capacidade de cerca de 485 espectadores; espaço 2, sala Monteiro
Lobato, tido como teatro de marionetes era um espaço para peças infantis com espaço para
cerca de 40 espectadores; espaço 3; sala Arnaldo Niskier. Localizado nos fundos do teatro, tal
espaço era destinado ao teatro experimental, tendo abrigado os espetáculos da Companhia de
Encenação Teatral do diretor Moacyr Góes, com espaço para cerca de 80 espectadores.
O teatro passou por uma grande reforma e quando a obra estava praticamente concluída e
prestes a ser inaugurada, um incêndio devastou o prédio. Há mais de 12 anos fechado, o teatro
encontra-se em estado de ruína e apenas a fachada resiste como testemunha da história e
importância para a arte e a cultura brasileira.