Iluminação artificial em museus: O diálogo da luz com os espaços preambulares e expositivos

Rita Mier

Arquiteta graduada (2008) e mestre (2011) pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), Portugal, com intercâmbio (2006) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU-UFRJ). Atualmente mestranda na área de Tecnologia da Arquitetura na Universidade de São Paulo (FAU-USP), investigando sobre o tema da iluminação artificial em espaços museográficos. E-mail: ritamier@usp.br

Paulo Scarazzato

Arquiteto, Mestre e Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP). Professor nos cursos de graduação em arquitetura e urbanismo da USP e da Unicamp, com pesquisas e orientações de iniciação científica, mestrado e doutorado em iluminação natural e artificial. Líder do iluminARQ, cadastrado no CNPq e certificado pela Unicamp. Membro da IESNA e da CIE. E-mail: pasezato@usp.br

Resumo

Transformando energia em vida, comunicação e arte, a luz assumiu-se, desde sempre, como um elemento essencial à condição humana. Explorando a vertente artificial desta ‘matéria’ de estado presente mas não tangível, este artigo aborda o papel atual da iluminação que nos permite observar, na ausência da luz natural, as obras arquitetônicas museográficas e os objetos que as compõem. A função por excelência atribuída à tipologia museu - enquanto expositor público de objetos artísticos, históricos, científicos ou técnicos - reúne pertinentes aspectos para a observação do desenho da luz, cujo êxito depende de um criterioso trabalho especializado e multidisciplinar, não só nas áreas expositivas como também nas que lhes dão acesso. A iluminação artificial em museus deve, portanto, ser encarada como um instrumento para visualização de espaços e elementos expostos, mas acima de tudo, como parte fundamental do processo de criação arquitetônica geral, aliando conceitos estéticos de composição espacial, tecnologia e conservação preventiva. Contudo, muitas vezes ausente (ou negligente), a sensibilização para esta ferramenta projetual ainda carece de aperfeiçoamento em muitos dos atuais espaços museológicos.

Résumé

Transformant énergie en vie, communication et art, la lumière se présenta depuis toujours comme un élément essentiel à la condition humaine. En exploitant la version artificielle de cette ‘matière’ d’état présent mais pas tangible, cet article examine le rôle actuel de l'éclairage qui nous permet d'observer, en l'absence de lumière naturelle, les projets architecturales muséographiques et les objets qui les composent. La fonction par excellence attribuée à la typologie musée  - autant qu’exposant public d’objets d'art, historiques, scientifiques ou techniques - rassemble des aspects pertinents pour l'observation de la conception lumière, dont l'issue dépend d'un attentif  travail spécialisé et multidisciplinaire, non seulement dans les espaces d’exposition aussi comme dans ceux qui leur donnent accès. L'éclairage artificiel dans les musées doit donc être considéré comme un outil pour la visualisation des espaces et éléments exposés, mais surtout comme un élément fondamental du processus de création architecturale global, combinant les concepts esthétiques de la composition spatiale, la technologie et la conservation préventive. Cependant, souvent absente (ou négligente), la prise de conscience sur cet outil de projet doit être améliorée dans de nombreux espaces muséographiques actuels.

 

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