Museu Histórico Nacional
Análise Arquitetônica
Repertório tipológico
O Museu Histórico Nacional é um caso de “reutilização tipológica”: um edifício de grandes dimensões projetado para outro uso é reabilitado para a função de Museu. O uso original da edificação (Arsenal da Marinha) ocasionou um Museu no modelo tradicional de salas enfileiradas, com reduzida flexibilidade de utilização.
Compreensão e Visualização
A ordenação espacial do Museu Histórico Nacional não é clara para o público. Sua forma fechada, voltada para o interior, com quatro pátios de formas diversas e uma planta complexa, não permitem que os visitantes tenham noção da totalidade do edifício, tanto interna como externamente. O público não consegue se orientar em relação ao percurso global da exposição, o que constitui uma das principais causas de cansaço nos visitantes de museus.
Relação forma-discurso
A arquitetura neo-colonial do edifício do Museu está em total acordo com seu acervo: peças relacionadas à História do Brasil desde a época colonial.
Internamente, a estrutura do Museu é de salas enfileiradas, sendo esta seqüência de salas que transforma o Museu em um itinerário coerente com suas exposições permanentes: a História do Brasil vista de forma cronológica. Mas a forma e organização espacial do Museu são restritivas em relação às exposições temporárias.
Espaço, iluminação e objeto
Na maioria das salas do MHN, a luz natural penetra abundantemente através das janelas do edifício, que devem permanecer obrigatoriamente abertas devido à inexistência de um sistema de ar-condicionado.
A iluminação artificial é utilizada em todas as salas, mas quase sem efeito face à intensidade da iluminação natural, o que gera ambientes monótonos devido à luz uniforme. A iluminação das lâmpadas incandescentes, desta forma, não consegue enfatizar contrastes nem definir e individualizar cada peça.
Materialidade de fundo
Em geral, as salas do MHN buscam a neutralidade do fundo: paredes brancas, pisos em madeira, tetos de cor branca, cinza ou em madeira.
Mas em sua nova exposição permanente ( “Memória do Estado Imperial, montada no final do ano 2000), adotou-se um novo conceito: teto e piso continuam neutros (de cor branca e madeira, respectivamente), mas as paredes foram pintadas em diferentes cores fortes. O ambiente desta exposição é mais interessante, sem a monotonia de outras exposições permanentes do Museu.
Há também três salas cujo fundo é tratado de outra forma: recebe um tratamento cenográfico inserindo os objetos expostos em sua época e local original. Isto ocorre na Sala de Arte Sacra, Sala dos Protos e Farmácia Teixeira Novaes.
Suportes dos objetos
Há no MHN uma diversidade de suportes para as peças expostas, mas em geral eles possuem uma característica comum: são elementos técnicos e neutros, secundários em relação à obra exposta.